A carteira recomendada de investimento em renda fixa de dezembro de 2022 da Genial foi feita para facilitar o processo de escolha dessa classe de ativos, através de uma análise de cenário macroeconômico e prêmios de risco, tanto para títulos públicos, emissão bancária e crédito privado.
Com a confirmação de Haddad no ministério da Fazenda, mudança na lei das estatais, e indicação de Mercadante para o BNDES, o premio de risco da renda fixa se elevou muito, com a perspectiva de uma politica fiscal mais desordenada.
Desta forma, os retornos dos ativos foram bastante negativos no período, com destaque para o índice IMAB5+, que representa os títulos indexados ao IPCA com vencimento acima de 5 anos, com queda de 2,37%. Já o CDI segue sendo um porto seguro, fechando com alta de 1,12%.
O fator mais relevante no mercado local é a questão fiscal após as escolhas ministeriais do candidato eleito, e as primeiras indicações não são nada animadoras.
A equipe de transição já enviou ao Congresso uma proposta de PEC que eleva os gastos acima do teto (na forma como é atualmente definido) em R$ 145 bilhões, para os próximos 2 anos, e foi aprovado por maioria no Senado.
Se tal proposta for aprovada na câmara integralmente, em 2023 a relação dívida/PIB aumentará em 5 pontos porcentuais, e deverá atingir perto de 90% do PIB em 2026.
Estes gastos muito acima do teto elevariam a relação dívida/PIB. Em primeiro lugar, teremos um aumento do risco fiscal, o que significa um aumento da taxa de juros por eles demandada para financiar a dívida pública.
Neste cenário de desvalorização cambial, uma pressão adicional ocorre na taxa de inflação, que vai aumentar, como pudemos observar nas ultimas semanas, com a inflação implícita nos títulos subindo fortemente.
Não fizemos nenhuma alteração nas alocações neste mês, a predileção pelos ativos indexados ao CDI com vencimento até dois anos, e nos indexados ao IPCA com duration de até 5 anos seguem como as principais recomendações.